O preço baixo do petróleo é o motivo para grandes petrolíferas diminuírem suas reservas de petróleo. Essas reservas alcançam atualmente os níveis do ano de 1952. Essa estratégia de poupança permite manter o pagamento de dividendos aos acionistas.
Há alguns anos, quando as reservas de qualquer petrolífera abaixava bruscamente, alarmes soavam no mercado. Mas devido ao declínio profundo do preço da commodity, as maiores petrolíferas do mundo estão sendo obrigadas a drenarem seus estoques de petróleo mais rapidamente do que encontrando outras. Em outras palavras, o preço baixo do petróleo está alterando as prioridades do setor.
Apenas como exemplo, em 2015 a Shell vendeu mais petróleo do que aquele que armazenou, encerrando o ano com um déficit de 20% e o pior resultado da última década. Também na BP a taxa de reposição de reservas foi de 61% e na ExxonMobil foi de 69% – os piores valores dos últimos cinco anos. Estes números são estratégicos, pois há pouco menos de 10 anos, o barril de Brent chegou a custar mais de 140 dólares, em contraste com a cotação de apenas 38,67 dólares atualmente. É o excesso de oferta de petróleo no mercado que mantém os preços baixos, pelo que as empresas se adaptaram reduzindo a produção e as reservas.
Porém, não é só o preço baixo do barril de petróleo que levas as petrolíferas a abaixarem os estoques. Elas também enfrentam outras ameaças potenciais como as preocupações com o risco de que novas leis para combater o aquecimento global – como impostos sobre as emissões de carbono – possam acelerar uma mudança em direção a energias alternativas e tornar o consumo de combustíveis fósseis mais caro. Isso poderia inviabilizar a exploração rentável de algumas reservas de petróleo. As companhias de petróleo argumentam que o mundo ainda vai precisar de grandes volumes de petróleo e gás durante décadas.
Esses motivos, refletem um novo foco na maximização dos lucros no curto prazo e mostra como os produtores estão respondendo aos preços baixos ao evitar novos projetos de exploração. Por outro lado, reduzir novos projetos agora que os preços estão baixos pode levar a uma escassez e saltos de preços no futuro.
Em um sinal do novo foco na rentabilidade em detrimento das descobertas de mais petróleo, alguns investidores receberam bem os cortes de gastos das empresas, apesar do encolhimento das reservas, afinal agora é um momento de gestão de crise.