O ensaio por Correntes Parasitas é uma técnica bastante sensível para detecção descontinuidades superficiais e subsuperficiais. Apesar disto, é pouco utilizado frente às demais técnicas de END, devido, principalmente, à sua complexidade.
Princípio dos ensaios com a técnica de Correntes Parasitas (ECT)
Uma corrente alternada aplicada a uma bobina de uma sonda gera um campo magnético alternado ao seu redor, conforme visualiza-se na imagem da esquerda. Para realização do ensaio, a sonda é encostada a superfície do material a ser ensaiado (inspecionado), conforme observa-se na imagem da direita.
No lado esquerdo dessa figura, visualizamos o gerador da corrente alternada, indicado com a elipse e no centro CA. Este gerador de corrente alternada é incorporado no interior do instrumento.
Na figura a seguir, observa-se (lado direito) que a bobina (sonda) ao ser aproximada a superfície do material, induz na superfície deste correntes elétricas alternadas em forma circulares, que são denominadas Correntes Parasitas (em inglês Eddy Currents).
Na imagem da esquerda (dentro do retângulo), observa-se o sinal na tela do instrumento quando a sonda está sobre uma descontinuidade (que pode ser uma trinca). O traço horizontal corresponde ao efeito “lift-off” (distância entre a sonda e a superfície do material), e o traço curvo vertical corresponde ao sinal da descontinuidade. Quanto mais profunda é a descontinuidade, o traço correspondente é maior (mais longo). Quando a profundidade da descontinuidade for menor, este traço torna-se mais curto. O ensaio com correntes parasitas somente pode ser usado em materiais condutores de eletricidade, como por exemplo: aços, ferro, alumínio, cobre, latão, bronze, titânio e outros. Esta técnica é muito usada nos seguimentos aeroespacial (aeronáutico), naval, automotivo, mecânico e construção civil.
A técnica pode ser empregada para controle nas fases da produção, produto final ou detecção de descontinuidades do produto em serviço como trincas de fadiga ou alterações nas propriedades mecânicas ou físicas do material da peça. O ensaio com correntes parasitas é muito útil para controle de tratamento térmico e separação de materiais quanto a sua composição química e/ou microestrutural.
Na imagem abaixo visualizamos o ensaio para detecção de descontinuidades junto a um elemento de fixação, com emprego de uma sonda de superfície tipo lápis com ponta com ângulo reto.
Outro exemplo de ensaios com correntes parasitas é inspeção do cordão e base da solda como também a zona afetada pelo calor. Na figura abaixo visualizamos a inspeção da base do cordão de solda.
Outra aplicação dos ensaios com correntes parasitas é detecção de descontinuidades dentro de furos.
Na figura acima visualizamos um cabeçote motorizado para sondas rotativas para inspeção em furos (bolthole probe). A cabeça (ponta) da sonda é introduzida dentro do furo enquanto gira a alta velocidade. Existe também estas sondas para acionamento manual.
O ensaio com correntes parasitas é comparativo, desta forma antes de execução de um ensaio, é necessário ajustar os parâmetros do instrumento em um corpo padrão com entalhes artificiais, conforme visualizamos abaixo:
Para melhores resultados na medição das profundidades das descontinuidades, deve-se empregar um corpo padrão do mesmo material a ser ensaiado.
Parabéns ótimo trabalho, esclareceu muito minhas duvidas, ainda mais para minha que não trabalho na área ainda, explicações claras e objetivas
Olá Jorge, agradecemos o comentário. É ótimo receber esse feedback, vamos continuar focados no objetivo de trazer informações úteis e de qualidade para nossos clientes!
muito bom este material, me ajudou e muito em minha pesquisa.