Você sabia que os ajustes realizados por um inspetor de ultrassom em seu equipamento não é uma calibração? Isso mesmo, tratam-se de ajustes de parâmetros e não uma calibração eletrônica.
Muita confusão se faz no emprego do termo “calibração” quando falamos de aparelhos para ensaios não destrutivos.
A popular “calibração” que os inspetores de ultrassom executam antes de iniciarem as inspeções, como por exemplo, a frequência, a calibração da velocidade sônica, ou do delay, ou da traçagem de uma curva de referência utilizando-se blocos padrões e/ou referências, na verdade, tratam-se de “ajustes” de parâmetros em seus equipamentos, que são necessários para iniciarem o trabalho (a inspeção).
Esses ajustes são muito importantes e realmente devem ser feitos, e sempre de acordo com um procedimento de inspeção elaborado por um profissional competente e/ou norma do projeto em questão.
Contudo, esses “ajustes” chamados de “calibração” diferem de uma calibração eletrônica de um instrumento de medição, como por exemplo, um detector de falha por ultrassom. Na calibração eletrônica, verificamos em laboratório, se eletronicamente o aparelho opera dentro dos limites aceitáveis. Para isso, há normas estabelecidas para a calibração eletrônica de equipamentos de ultrassom, como a norma europeiaBS EN 12668-1 – Non-destructive testing – Characterization and verification of ultrasonic examination equipment Part 1: Instruments, transcrita em português para a norma ABNT NBR 15922 – Metrologia – Ensaios Não destrutivos – Calibração de instrumentos de ensaio por ultrassom tipo A-Scan. De forma sucinta, podemos dizer que a calibração é realizada por meio da comparação com um padrão, que geralmente tem o objetivo de avaliar o desempenho do equipamento e comparar os resultados obtidos com os requisitos definidos para garantir que o equipamento possa ser utilizado e apresente resultados confiáveis.
Portanto, por melhor que sejam os ajustes que o técnico faz antes do início de uma inspeção, se o equipamento não opera dentro de limites aceitáveis, todo o trabalho estará comprometido. Os resultados das inspeções não terão a confiabilidade que se espera e todo o trabalho que foi feito poderá ter que ser refeito!
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