O princípio básico do ensaio de vazamento de fluxo magnético (MFL) envolve magnetizar um objeto de metal ferroso até o nível de saturação com um poderoso campo magnético. Onde o objeto não apresenta falhas, o fluxo magnético permanecerá inalterado. O ensaio de MFL é um método de ensaio não destrutivo (END) amplamente utilizado para a detecção de corrosão e corrosão em estruturas de aço e frequentemente utilizado para avaliação de integridade de tubulações e tanques de armazenamento, mas o princípio pode ser aplicado a ativos em qualquer setor industrial.
Nesse cenário, os sensores de Efeito Hall têm um papel importante, pois o vazamento do fluxo magnético que passa na chapa é detectado pelos sensores que os converte em pulsos elétricos que são processados e medidos pelo software. Mas não necessariamente um equipamento como muitos sensores possui uma capacidade de resolução superior a um equipamento com uma quantidade menor de sensores.
Em janeiro de 2016 o CENPES Petrobras realizou um trabalho com vistas a avaliar a técnica de MFL para inspeção de chapas de fundo de tanque e o desempenho dos principais aparelhos disponíveis no mercado até então.
Neste estudo tínhamos aparelhos com 48, 64, 72 e 256 sensores Hall. No item “Conclusões Gerais” os autores relatam: “não foi evidenciada uma diferença clara na capacidade de dimensionar (perda de espessura e diâmetro) o defeito estando ele no lado de inspeção ou no lado oposto do corpo de prova”.
Pete Burrows, especialista da Baugh & Weedon fabricante do TRUFLUX alerta: “Todas as chapas de calibração são basicamente iguais, ou seja, possuem características que representam 20, 40, 60 e 80% de perda de metal – é isso que prepara o aparelho para detectar perda de metal no tanque. Portanto, desde que o aparelho possa detectar claramente os furos na chapa de calibração, não importa quantos sensores você tenha. Os sensores que são usados no Truflux têm alta resolução e também são muito econômicos no aspecto energia. A arte do MFL está no processamento do sinal”.
O mesmo Pete Burrows ainda faz outro alerta; “uma quantidade muito grande de sensores pode não ser bom do ponto de vista de falhas. Quanto mais sensores, maior a probabilidade de um ou alguns deles falharem”.
Então, podemos concluir que um aparelho, apenas por ter muito mais sensores que outro, não o credencia como mais confiável em identificar e dimensionar os defeitos. Outro ponto extremamente importante abordada no relatório do CENPES é: “a interferência do inspetor é o ponto mais crítico da inspeção….”. Então, é recomendável que o contratante de serviços de MFL certifique-se de que o inspetor fez o curso teórico sobre a técnica e o curso prático ministrado pelo fabricante ou pessoa credenciada, demonstrando conhecimentos sobre a técnica e as particularidades do aparelho e operação do software.
Estas são avaliações que deve ser levadas em consideração ao comprar ou contratar o serviço de MFL.
