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Como migrar do Ultrassom Convencional para o Phased Array

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Como migrar do Ultrassom Convencional para o Phased Array

Devido à demanda pelo registro da inspeção e pela substituição da radiografia, por questões logísticas e de segurança, a migração do ultrassom convencional para o phased array é uma realidade para os ultrassionistas que desejam permanecer ativos no mercado. Apesar de aparentemente traumática, esta mudança pode ser bem simples.

Registrar é preciso!

Durante muitos anos, um dos pontos fracos da técnica de ultrassom era a dificuldade de registrar a presença de uma descontinuidade. Os equipamentos analógicos, com seus tubos de raios catódicos, não possibilitavam qualquer forma de gravação do sinal A-Scan.

Posteriormente, com o advento do ultrassom digital, o recurso de “print screen” passou a ser uma referência para os relatórios, entretanto, não havia como garantir se aquela imagem realmente se referia à região inspecionada.

Hoje, a técnica de ultrassom conta com encoders, para registro de distância percorrida na peça, e gravação frame-por-frame, onde cada sinal A-Scan pode ser registrado e posteriormente reproduzido sequencialmente, como em um filme.

E como funciona no phased array?

O phased array nada mais é que um recurso adicionado ao ultrassom convencional e que, portanto, pouco alterar os processos de montagem de plano de inspeção, calibração, inspeção e laudo. A única diferença é que, agora, você irá trabalhar com um feixe de ângulos, o que representa uma maior precisão na identificação de defeitos em ângulos pouco convencionais, devido a  resoluções de até 0,1°.

Assim como no ultrassom convencional, os cuidados com o posicionamento correto do transdutor e a precisão na calibração são essenciais para um resultado confiável.

Há, também, o uso do encoder, que registra com precisão a distância percorrida, facilitando a delimitação da descontinuidade.

Vejamos abaixo como se dá a o processo completo de inspeção por phased array.

Plano de Inspeção

Tanto o Prisma como o VEO seguem uma ordem lógica de montagem, em forma de passo-a-passo. Isto torna a configuração mais intuitiva.

1. Tela Inicial

A tela inicial apresenta as opções de montagem passo-a-passo do plano de inspeção, abertura de configurações e arquivos de inspeção e uma listagem dos últimos arquivos abertos (à direita).

prisma_frontpage

2. Escolha do método de inspeção

Este menu permite a escolha dos métodos de inspeção, de acordo com as opções instaladas no equipamento. Neste caso, optaremos pelo método Phased Array.

prisma_technique

Obs.: Atente para as etapas listadas na parte inferior da tela. Elas lhe mostrarão em que parte do processo você está e ficarão verdes assim que configure o item.

3. Desenho da parte a ser inspecionada

Nesta etapa, você informará as características da peça a ser inspecionada e as características das solda, caso esta seja o objeto da inspeção. Deve-se informar tipo de material (ou sua velocidade sônica, se souber) e espessura, essencialmente, entretanto, outras informações como as o ângulo do chanfro, a abertura da raiz e a zona afetada termicamente, ajudarão nas configurações posteriores de posicionamento de transdutor de feixe.

Obs.: Lembrando que este desenho poderá ser projetado sobre a vista, no momento da inspeção.

prisma_part_drawing

4. Escolha do Transdutor

Esta seção permite carregar um transdutor pré-configurado – todos os transdutores Sonatest já estão armazenados – ou informar as características manualmente, conforme catálogo ou ficha técnica do modelo em questão; este pode ser salvo para uma nova configuração.

prisma_select_probe

Neste caso, usaremos o modelo X4, de 4MHz, 16 elementos e área de 8×9 mm, semelhante ao transdutor convencional miniatura, comumente utilizado nas inspeções de solda.

 
Transdutor Phased Array X4
Transdutor Phased Array X4
Transdutor Angular SMA
Transdutor Angular SMA

5. Escolha da sapata

Este menu permite a seleção ou configuração de sapatas tal como no menu de transdutores.

prisma_select_wedge


A sapata, nesta situação, foi escolhida automaticamente, pois está integrada ao transdutor X4.

6. Tipo de varredura

A varredura usualmente utilizada para transdutores phased array angulares é Setorial P-E (Pulso-Eco).

prisma_set_scan

7. Quantidade de elementos ativos

Aqui, será determinada a quantidade de elementos e quais destes serão ativados. Para este transdutor, trabalharemos com todos os elementos neste cabeçote, ou seja, do 1 ao 16.

prisma_set_elements

8. Características do feixe sônico

Esta opção definirá o início e o final do percurso sônico, além da distância focal (usualmente configurada com o dobro da espessura do material) e o tipo de focalização, no caso, profundidade constante. (Representada pela linha amarela)

prisma_set_beam

Também determinamos o range angular entre 45° e 70° e uma resolução de 0,5°.

9. Posicionamento do transdutor

Este ajuste é conhecido como offset de determina a distância do transdutor em relação ao centro da solda. A rotação também pode ser alterada, caso deseje inspecionar a região pelo outro lado da solda.

prisma_calibration

A área coberta pelo feixe ultrassônico está representada em azul claro cobre tanto o volume da solda como a zona afetada termicamente.

10. Selecionando o encoder

Para inspeção de solda, utilizamos o encoder de apenas um eixo (X), uma vez que a distância em relação à solda permanecerá constante.

prisma_encoder

Obs.: Caso queira realizar a inspeção tal qual como no convencional, o uso do encoder é dispensável.

11. Configurando o encoder

Phoenix C-Clamp encoder, para inspeção manual
Phoenix C-Clamp encoder, para inspeção manual

A calibração do encoder é muito importante a garantir que a distância percorrida pelo transdutor está correta. Neste menu, também é possível determinar o offset de varredura – caso o encoder não possa começar do valor “0” – e a distância máxima a ser percorrida.

prisma_encoder_setup

12. Medições

Escolha os valores que deseja visualizar durante a inspeção, tais como ganho, amplitude, percurso sônico, profundidade, etc. Os mesmos serão exibidos na borda superior da tela.

prisma_set_measurements

Calibração

A calibração segue os mesmos passos do ultrassom convencional, com alguns pontos a mais, conforme abaixo:

  • Velocidade – determina a velocidade real do material
  • Atraso da Sapata (Wedge Delay) – corrige a diferença de tempo de entrada de cada elemento ultrassônico na peça, de maneira que fiquem sincronizados;
  • Sensibilidade – calibra a sensibilidade a partir de refletores de referência;
  • TCG / DAC / DGS – permite a calibração conforme a referidas curvas; pode-se criar uma curva DAC (utilizada no ultrassom convencional) e converte-la em TCG (recomendada para phased array), e vice-versa;
prisma_TCG_DAC
  • Calibração de encoder – para checagem da distância registrada;
  • Teste de elementos – necessário para os transdutores phased array; verifica se elementos utilizados estão realmente ativos e funcionando corretamente.
prisma_calibration

Inspeção Phased Array x Convencional

Dentre os vários leiautes de vistas disponíveis nos equipamentos VEO e Prisma, selecionamos o que apresenta a uma vista S-Scan (setorial phased array) e três A-Scans, conforme abaixo (em amarelo).

prisma_layout

Esta configuração cria 3 extratores (destacados pelas setas) que podem ser posicionados em ângulos específicos para apresentar os A-Scans de cada um destes.

Assim, na figura abaixo, posicionamos um extrator sobre o ângulo de 45°, correspondente ao primeiro A-Scan, à direita, onde podemos verificar a identificação de uma descontinuidade.

prisma_45_1

Da mesma forma posicionamos o segundo extrator sobre o ângulo de 60°, identificando a mesma descontinuidade.

prisma_60_1

O mesmo para o ângulo de 70°.

prisma_70_1

Ao final, temos uma inspeção phased array, parametrizada nos ângulos convencionais de 45°, 60° e 70°.

Obs.: Neste caso, não foi realizada a calibração, por isso, a diferença de amplitude entre os ângulos, para um mesmo refletor.

prisma_C-SCAN


Com a utilização de um encoder, pode-se fazer uso da vista C-Scan (canto inferior esquerdo, na imagem acima) para identificação de descontinuidades ao longo da solda.

prisma_DAC

Acima, podemos ver uma representação da curva DAC aplicada ao exemplo. Assim, a análise da descontinuidades pode ser feita como em um ultrassom convencional.

Laudando uma inspeção

O ensaio de phased array tem com uma de suas vantagens o a aumento da produtividade durante a inspeção. Assim, o laudo de inspeção, o qual usualmente é feito durante a varredura, é transferido para o final do processo, em uma etapa chamada análise de dados de inspeção. 

Com o recurso de gravação  da inspeção, os equipamentos podem registrar todos os dados e parâmetros estabelecidos para a referida inspeção. Tal registro é tão completo, que nos permite visualizar toda a inspeção posteriormente, tal qual como foi realizada.

Desta maneira, se considerarmos as diferentes vistas presentes, o volume de material inspecionado em um curto período de tempo e a quantidade de A-Scans coletadas para cada posição e ângulo do feixe, a quantidade de informação a ser analisada é muito superior àquela gerada por um ultrassom convencional. Daí o motivo da análise posterior.

Em contrapartida, todas estes dados acabam embasando melhor a inspeção, além de permitir a reanálise do laudo, tanto pelo próprio inspetor, quanto por uma auditoria futura.

 Conclusão

É importante lembrar que este modelo de inspeção é válido apenas para os modelos Prisma e VEO. Pode ser que os outros equipamentos permitam este tipo de configuração, porém as etapas de configuração podem ser outras.

Com este passo-a-passo, é possível verificar que tanto a técnica de ultrassom convencional quanto à de phased array compartilham os mesmos princípios e que a forma de avaliação de descontinuidades ainda feita pela análise do sinal A-Scan.

VEO Frente
Sonatest VEO
prisma_red_dot_award_1
Sonatest Prisma

Utilizando este leiaute misto “Convencional/Phased Array”, os aparelhos VEO e Prisma podem ser facilmente utilizados em procedimentos originalmente escritos para ultrassom convencional, com opção de análise também por phased array.

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